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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Jornal "A Cidade" entrevista Sandrinho e Ruyzinho Arruda

08/02/2014

“A Cidade” entrevista Sandrinho e Ruyzinho, testemunha e advogado de acusação no processo do “mensalão sabinense”


Jornal A Cidade



Sandrinho, comparado a Roberto Jefferson pelo ministério público

Ruyzinho Arruda, o advogado e colunista do “A Cidade” não sabe dizer quantas vezes já foi ameaçado devido as causas que defende e os artigos que escreve

Os leitores do Jornal A Cidade puderam acompanhar, de perto e aos detalhes, toda a saga que culminou com a cassação de mais de duas dezenas de políticos sabinenses, em decorrência das fraudes havidas na eleição de 2012.

O jornal A Cidade sempre preocupou-se em trazer tudo que acontecias no processo que corria na 297ª zona eleitoral de Lins,  e a toda semana publicava atualizava seus leitores sobre o julgamento do “mensalão sabinense”.

Desta forma, os dois principais personagens, que foram decisivos para a cassação do prefeito e vice eleitos em 2012 em Sabino, e posteriormente 6 vereadores e seus suplentes, são muito conhecidos dos leitores do A Cidade. São eles, Sandrinho, a principal testemunha do processo que cassou os réus do mensalão sabinense, e o advogado Ruyzinho Arruda, colunista deste jornal, e que patrocinou a representação contra os chamados quarentianos.

O que os leitores não sabem é que os dois são constantemente ameaçados, e, se são aclamados como heróis pela grande maioria dos sabinenses, uma gama enorme de simpatizantes dos cassados os odeiam e proclamam a morte dos dois.

O A Cidade entrevistou nesta semana Sandrinho e Ruyzinho Arruda.

Entrevista com Sandrinho do Kinka
 
A Cidade:- O senhor foi candidato ao lado de Tetão e Lelo, e pertenceu à chapa dos vereadores cassados, por qual razão os denunciou?

Sandrinho:- Depois da eleição, a compra de votos ficou evidente. Senti vergonha do que fiz e fui muito cobrado por minha família. Por sua vez, os quarentianos (partidários de Tetão e Lelo que usavam o número 40 na eleição) passaram a zombar da população e a afirmarem que quem tinha dinheiro ganhava a eleição e que quem não tinha deveria era chorar. Achei que se denunciasse a compra de votos eu poderia reparar o dano que ajudei causar à população.

A Cidade:- Sua família o apoiou nessa decisão?

Sandrinho:- Sim. Só fiz isso (denunciar) porque minha família, meus pais cobraram de mim a educação que me foi dada. Eu me arrependo de um dia ter me juntado a aquele grupo de pessoas para ser candidato a vereador e de ter participado daquele esquema criminoso de compra de votos.

A Cidade:- O senhor sente-se orgulhoso por ter denunciado os “quarentianos” e ter sido a principal testemunha do processo que os cassou?

Sandrinho:- Eu me sentiria orgulhoso se eu também não tivesse participado das mutretas. Porém, sinto-me tranqüilo e acredito que cumpri meu dever e reparei a coisa errada que eu havia feito.

A Cidade:- Sofreu ou sofre represálias por ter denunciado o esquema?

Sandrinho:- Diziam que eu não venderia mais nada (Sandrinho tem uma pequena loja de conserto e venda de celulares), que ninguém compraria mais de mim, que eu passaria fome. Entretanto, minhas vendas só tem aumentado depois da eleição de 2012. Alguns me olham de cara feia, outros xingam, e teve gente que até já me agrediu fisicamente. Também sempre vem um ou outro trazendo um recadinho de que vão fazer isso ou aquilo comigo.

A Cidade:- E o senhor tem medo e se arrepende do que fez (ter denunciado)?

Sandrinho:- Não tenho medo, pois não adianta ter medo. Tenho mais é que trabalhar pelo meu sustento e cuidar de minha vida. Nem penso nas ameaças. Não me arrependo de tê-los denunciado e faria tudo novamente se precisasse. Afinal, foi a única coisa certa que fiz na última eleição.

A Cidade:- O Ministério Público o comparou a Roberto Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão; para os quarentianos o senhor é  um traidor; o que o senhor pensa sobre isso?

Sandrinho: Traidor eu seria se ficasse quieto e deixasse a população de minha cidade ser governada por um grupo que se elegeu graças a um esquema de compra de votos. Traidor eu seria se não tivesse cumprido meu dever de cidadão e não tivesse revelado o esquema para a justiça. Não trai ninguém, apenas cumpri meu dever de cidadão.


Entrevista com Ruyzinho Arruda


A Cidade:- Já foi ameaçado alguma vez devido as causas que defende e aos artigos de sua coluna?

Ruyzinho:- Sim. E não foram poucas vezes. Principalmente quando eu escrevia sobre os abusos da polícia militar.
A Cidade:- E por causa das denúncias da compra de votos, não recebeu ameaças?

Ruyzinho: Também. E algumas delas se concretizaram. Na época do processo de cassação de Tetão e Lelo, um simpatizante da dupla foi me ameaçar dentro de minha casa, e dois dias depois, juntamente com sua esposa, me pegaram de tocaias numa barbearia e me espancaram até eu ficar inconsciente. Uma das poucas coisas que me recordo é o bandido dizendo para a esposa “vamos matá-lo”.

A Cidade:- E o que deu esse caso?

Ruyzinho:-  A justiça brasileira ainda é um pouco lenta, mas confio nela. A audiência será em março. Farei de tudo para que meus agressores sejam pronunciados e sejam julgados por tentativa de homicídio. Afora isso, os processarei por danos morais e materiais.

A Cidade:- O senhor não tem medo não? Não teme por sua vida? Por sua integridade física?

Ruyzinho:- A questão não é se tenho medo ou não. A questão é “o que devo fazer”?. Fico em casa e deixo de fazer e falar as coisas que acredito? Deixo de denunciar aqueles que maculam a sociedade? Se cada cidadão deixar de cumprir seu dever e se calar quanto aos crimes  e aos malfeitos, a injustiça prevalecerá e viveremos numa sociedade em que vigorará a lei do medo e do silêncio. Onde só terá vez a força bruta. Ninguém quer isso.

A Cidade:- É verdade que na audiência do dia 13 de setembro, quando os vereadores quarentianos estavam sendo julgados, o senhor foi xingado e ameaçado de agressão física pelo Doutor Marco Antônio Barreira? (vejam a reportagem sobre esse assunto nesta edição).

Ruyzinho:- Quem é Marco Antonio Lameira?

A Cidade:- Não é Lameira é Barreira. Ele era advogado dos vereadores cassados.

Ruyzinho:- Acho que a pergunta deve ser dirigida a ele e não a mim.

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