Mensagem para um Parvo

Sábado eu tive um pequeno desentendimento com uma pessoa, lá no calçadão, e assim que terminou o show.

Se eu tivesse lidando com uma pessoa normal, essa discussão teria terminado logo em seu início de tão bobo que foi o motivo.

Independente da razão que a pessoa pudesse ter na questão (que eu não tiro), após alguns instantes de discussão, ela achou por bem me agredir fisicamente e veio para cima de mim, querendo me bater. Mas, foi impedido por alguém que observava a cena. 

Não contente e já seguro, a pessoa (se é que podemos chamá-la assim) por várias vezes repetiu "" veado, você é um veado"". Dizia isso e depois acrescentou que eu era ""vagabundo"".

Afastei-me do local e deixei esta ""pessoa" continuar com suas baixarias junto com os seus que lá estavam.

Desse dia para cá tenho pensado muito em como agir em relação a este fato.

Pensei muito em dar uma resposta à altura.

Eu poderia muito bem responder a essa pessoa também com alguns xingamentos e alguns comentários que ouço, mas seu eu fizesse isto, estaria me igualando em seu nível (se é que ela tem nível).

No momento em que fui xingado eu já cometi um erro e respondi á esta ""pessoa"" lembrando-lhe sobre uma das imagens que ela possui na cidade.

Por mais que eu tivesse sido ofendido e xingado, eu não deveria ter respondido, deveria tê-la ignorado.

Quando voltei para Sabino, após ficar 20 anos fora, fiz duas promessas a mim: atender a qualquer pessoa que necessitasse de meus serviços, tendo dinheiro ou não, e, não fazer inimizades com ninguém.

A primeira parte da promessa tem sido muito fácil de se cumprir, já a segunda torna-se bem difícil pois não depende só da minha vontade.

Também tinha medo, quando retornei para cá, de ser vítima do preconceitos aos homossexuais e de que pudesse ser discriminado profissionalmente e socialmente, por causa de minha sexualidade.

Entretanto, meu medo não tinha motivo de ser, pois jamais, desde que voltei,  fui maltratado ou discriminado por ser homossexual. Muito pelo contrário, por onde quer que eu vá aqui em Sabino sou tratado com muito respeito e carinho, e tal assunto nem é abordado.

Fiquei muito surpreso quando fui xingado de "veado" por uma pessoa que até há umas duas semanas, nem seu nome eu sabia. Sabia apenas a quem ela é ligada e mis nada.

Não sei o que essa pessoa ja fez, ou faz, e nem quais os bons serviçoes que ela já prestou pela cidade e o que ela representa para a população. Realmente, não sei que importãncia tem essa criatura.

Porém, independente dos poderes que essa pessoa tenha e do prestígio que possua, nada lhe dá o direito de ser preconceituoso, discriminador e homofóbico.

Qual a importãncia que tinha na discussão a minha sexualidade?

Existia alguém em Sabino que não sabia de minha preferência sexual?

E o que isso importa para as outras pessoas?

Qual a necessidade de querer me agredir fisicamente e moralmente?

Xingar e bater lhe daria mais razão ?

Chego a conclusão que eu estava lidando com uma pessoa parva e dissimulada.

Não sou muito de acreditar em sorrisos bonitos e gentilezas exageradas.

Se beleza fosse atestado de bondade, cobra coral não picava ninguém.

Prefiro conhecer as pessoas para manifestar opinião a respeito.

Só estou respondendo a essa pessoa publicamente, pois como advogado e cidadão não posso deixar ela pensar que pode sair por ai pronunciando xingamentos homofóbicos, preconceituosos, discriminatórios e que nada lhe acontece porque é poderosa.

Eu deveria mesmo era acioná-la na justiça.

O que não vou fazer é algo que muitos me aconselharam: escrever sobre qual a imagem que esta pessoa tem na cidade. Que pra ser sincero, parte do que dizem, tenho certeza que é mentira e da grande.

Deixarei isso para que ela mesma venha até Sabino e pergunte sobre a imagem do ""veado"", como ela me xingou, e qual é a sua própria imagem.

Mas, estou pagando pelo próprio erro que cometi.

Fui bem avisado por amigos sobre essa pessoa.

Errei feio, mas é errando que se aprende.

Nem vou responder que não sou vagabundo. Talvez essa pessoa precise esclarecer como se sustenta. Eu creio que não preciso disto.

Trabalho, não aplico golpe financeiro em ninguém e facilmente comprovo como pago o lanche que como na lanchonete juntamente com minha família.

Penso que mais importante que as pessoas fingirem que são religiosas e ""guardarem" o dia do senhor (sábado), é terem atitudes éticas, morais, honestas, solidárias.

Quem se diz Cristão deveria deixar a vaidade de lado, despojar-se da arrogância, curar-se da síndrome do pequeno poder e enxergar-se na insignificãncia que temos aqui na Terra.

Ilustrei os dois posts anteriores com a figura do veado, pois foi assim que a pessoa me chamou.

Animal bonito. Não acham?

Espero que cada vez que ela vizualize a figura do veado,  corra e se olhe no espelho e reflita sobre tudo que fez, falou e  é. Principalmente veja o que é.