Maltrataram minha mãe

Ontem uma pessoa tratou mal minha mãe pelo simples fato de ser minha mãe, ou melhor, pelo fato dela ser mãe do advogado que defende os dois adolescentes acusados no caso da rua Antonio Camilo.

Não vou citar quem é a pessoa. Não porque ela mereça isso, e sim, porque não quero abaixar-me ao mesmo nível que ela.

Professora Edith Mello, 72 anos,
agredida por ser mãe do advogado que defende os irmãos
acusados no caso da rua Antônio Camilo

Minha mãe é idosa, uma senhora de 72 anos, com bons serviços prestados à educação e à comunidade sabinense.

Tem problemas de saúde e mora em Sabino justamente por conhecer a todos e ser mais fácil de ser auxiliada por um amigo ou conhecido, se necessário for, quando sai de casa sozinha.

É protegida pelo estatuto do idoso. Saliento bem isso para que tal atitude não se repita.

Seu pecado é ser mãe de uma pessoa que escolheu a profissão de advogado?

Então que ofendam a mim.

Se acham que eu não tenho o direito de exercer a minha profissão e ganhar o meu dinheiro como qualquer outro profissional honesto, não sejam covardes, agridam a mim, e não minha mãe.

É muito engraçado isso... "O engenheiro e o pedreiro constroem a casa de uma pessoa que você não gosta e que já te fez mal, mas você não vai lá xingar o pedreiro e o engenheiro. O médico e a enfermeira cuidam do machucado de seu inimigo, mas você não xinga esses dois também. O advogado ganha seu pão para defender alguém que lhe causou mal. E se não for um advogado, será outro, pois a lei não permite que ninguém fique sem defesa. Mas, você xinga o advogado como se ele fosse o culpado do mal que lhe ocorreu."

É preciso ser muito tacanho para agir desta maneira. Sinto até dó de quem age assim. É muita pobreza de espírito. É muita ignorância.

Justiça seja feita: após breve discussão a pessoa pediu desculpas para minha mãe, que as aceitou de coração e nem sabe (e, por favor, senhores leitores, nem deve saber) que estou publicando este post.

Mas, quero que está pessoa entenda que se não respondi a ela ainda, não deixei de fazê-lo por medo, por ser tolo, ou qualquer outro motivo. Ela já se encontrou comigo e me chamou de "advogadinho". Fez cara feia e ficou mais feia do que já é.  Já ligou na rádio e me xingou. Já fez todo tipo de provocação.

Não fiz nada porque não quero dar a essa pessoa o valor que ela não tem e a atenção que ela não merece, pois inclusive, é tida como pessoa muita baixa, e quem, com ela se envolve, só tem a perder.

E minha briga é de outro modo. Não vou ficar xingando ninguém de engenheirinho, pedreirinho, mediquinho ou enfermeirinha de meia tigela.´Vou usar aquilo que a lei me dá direito. O que já é muito e causa bem mais amolação.