Há cerca de 3 meses um grupo de jovens procurou a direção da EMEI sabinense e lhe pediu autorização para usarem a quadra de esportes dessa escola, aos sábados, domingos e feriados, e durante os dias da semana, no período noturno, das 19h30min às 22h.
Sabiamente a professora Adriana Nardi, diretora dessa unidade escolar, atendeu o pedido e cedeu o espaço solicitado.
De lá para cá, tenho testemunhado, todas as noites na quadra do antigo Grupo Escolar (hoje EMEI), pelo menos 3 dezenas, ou mais, de jovens se reunirem para, de forma saudável, se divertirem.
O curioso é que o grupo não é composto por jovens de uma só faixa etária. Tem crianças de até, dez anos (trazidos pelas mães), pré adolescentes, adolescentes, e adultos. E também não apenas jogam vôlei e futebol, como também ensaiam danças e números musicais para se apresentarem em ocasiões especiais.
Jovens se reúnem no antigo Grupo Escolar, todas as noites, para dançarem e jogarem vôlei e futebol. Bem melhor que ficarem nas ruas usando droga e praticando vandalismo. |
Entretanto, como a nossa Sabino é um lugar totalmente diferente do resto do mundo, teve gente que não gostou.
Parece que um vizinho da escola (muito chato, diga-se de passagem) anda reclamando e classificando as atividades desses jovens como algazarras e que deveriam as encerrarem por volta das 20h (para não perturbar o sono desse senhor que dorme cedo).
O colunista, já várias vezes reclamou, que nossa cidade proporciona muito pouco para jovens. Que muitos deles caem nas drogas e depois no vandalismo.
É inacreditável vermos gente criticando uma ação tão bonita como a desses jovens que se reúnem no antigo Grupo Escolar, dando vida ao local e evitando que tenhamos mais vagabundos, vândalos e crackeiros andando pela cidade.
Querer que esses jovens parem suas atividades às 20 horas é a mesma coisa que mandá-los para as ruas. Afinal, qual jovem que vai dormir às 20h hoje em dia?
Por falar nisso, se o vizinho chato quer sossego, é isso que ele não terá, caso consiga convencer as autoridades a atender ao seu capricho. Pois, a meninada poderá sair da escola às oito da noite, e ao invés de irem embora, como fazem atualmente, ficarem bem em frente à casa do individuo, dançando, cantando e jogando bola.
Esse senhor deveria entender que com a movimentação na escola próxima à sua residência, o local fica mais claro, mais seguro e mais alegre. E não aquela penumbra propícia para venda de drogas e outros crimes.
Por falar em drogas, nunca vi esse senhor, ou outra pessoa em Sabino, denunciando bocas de fumo, praticantes de furtos e vândalos que destroem os próprios públicos.
Porém, denunciar jovens que não bebem, não usam drogas, que lavam a escola, que cuidam e zelam pelo patrimônio público, que colaboram com a direção da instituição é muito fácil e cômodo.
Eu falo que aqui em Sabino os valores estão invertidos. O malfeito é elogiado e aquilo que é bem feito é criticado.
Realmente tem hora que nossa cidade parece piada (de mal gosto). Depois querem ainda contar anedotas de português.
No último domingo, esse grupo de jovens promoveu uma gincana super animada e divertida, com a participação de diversos outros jovens e crianças. Muitos desses pertencentes a grupos de jovens evangélicos. Isso tudo sem custo algum para o poder público.
Espero eles continuem a usar o espaço que foi concedido pela professora Adriana Nardi, educadora atenta ao nosso tempo; que soube observar (e praticar) que escola é polo aglutinador da sociedade; que a escola deve fazer de tudo para buscar os jovens para dentro de suas instalações; que só assim eles estarão livres dos males atuais da sociedade; pois, esporte e dança é educação.
E quanto ao sono do vizinho, senhor colunista?
Respondo: Primeiramente, não está havendo incômodo nenhum ao vizinho. O homem é rabugento mesmo. Segundo, o interesse coletivo deve prevalecer ao interesse individual. É o que diz a lei. Sendo assim, os incomodados é que se mudem.
OBS: Escrevo esta coluna em defesa dos interesses desses jovens, apenas como cidadão. Não confundam minha opinião pessoal com a opinião da administração municipal, que nem sei se já está sabendo dessa questão ou não. Como educador, não poderia deixar de abraçar a defesa dessa causa. E afirmo desde já, quem se colocar contra esses jovens estará se posicionando contra a educação inclusiva, e a favor das drogas e dos traficantes.